A atividade ligada à temática etnicidade foi de algum modo atrasada pelos desígnios dos deuses, pois pensada para ser realizada em meados do mês de Outubro a sua realização não foi possível devido a “n” motivos. Entretanto, sendo realizada no inicio do mês de Novembro, esta pode repercutir de for ainda mais positiva do que o desejado, já que este é o mês da Consciência Negra, a temática etnicidade coube como luva para proporcionar aos estudantes outra visão para as atividades celebradas no colégio na semana temática. Dito isto, podemos passar a atividade.
Para trabalhar a questão da etnicidade com os estudantes do segundo ano do ensino médio, pensamos trabalhar etnicidade = identidade, a partir daí podemos trabalhar outros conceitos como resistência cultural, contestação social e valorização da auto-estima do jovem via fortalecimento da sua identidade. Utilizamos a seguinte metodologia, utilização de vídeos extraídos do youtube, como O Canto da Cidade, Daniela Mercury e o Rap da Felicidade, Cidinho e Docá na tentativa de trazer outra realidade, mas que seja ao mesmo tempo próxima destes estudantes. E através do vídeo, onde houve projeção de imagens e das letras das músicas podemos abordar em sala de aula de forma interdisciplinar questões da geografia, da história e do próprio português, como no contexto carioca e a ocupação desordenada dos morros e encostas, a explicação da origem do termo favela, a polissemia da letra da música da Daniela, além de trazer sempre que possível a discussão de alguns autores das Ciências Sociais.
Autores como Kabengele Munanga e o seu texto sobre identidade cultura no Brasil, João Reis e a greve negra de 1857, discutindo assim todo o contexto do séc. XIX, revolta dos Malês, tornando próximo os conceitos de áreas afins das ciências humanas; introduzindo de forma tímida, com algumas provocações noções básicas de cultura do Laraia ou mesmo quando necessário Gilberto Freyre se fez presente em nossa sala de aula.
A atividade foi desenvolvida da melhor forma possível, sem transtornos de qualquer natureza. Os estudantes acreditamos terem entendido a mensagem. Tentamos desenvolver a atividade com uma metodologia que pudesse seduzir o estudante, não o contrario, evitamos trabalhar conceitos distantes de sua realidade para que com o distanciamento de sua vida cotidiana estes estudantes se sentissem desmotivados com a disciplina Sociologia.
Referencia:
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro, Ed. Record, 2000. (Introdução e Cap. 1).
REIS, João José. A greve negra de 1857 na Bahia. Revista USP, 18, 1993.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 19. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006, c1986. 117 p. (Antropologia social).
MUNANGA, Kabengele. Diversidade, etnicidade, identidade e cidadania.2003. Acesso em: www.acaoeducativa.org/downloads/05diversidade.pdf;
Musicas: O Canto da Cidade, Daniela Mercury e; Rap da Felicidade Cidinho e Docá.